quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Novos vídeos do Viver Índia!

Abhyanga a quatro mãos



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Shirodhara


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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Como surge o medo?

Além dos perigos iminentes e reais, nossos temores podem ter aparecido de associações que fazemos ao longo da vida. Por exemplo, uma criança que teve sua casa destruída durante uma tempestade pode sentir-se ameaçada por uma tragédia toda vez que chover intensamente. Querendo ou não, sua mente fará essa relação. Ou ainda, pessoas que passaram por muitas privações quando crianças. Que não tinham o que comer, ou que tinham que "brigar" pela comida com irmãos, podem desenvolver uma tendência a comer exageradamente, como se sentissem, ainda que inconscientemente, medo de passarem fome novamente. Ou para buscarem compensar aquilo que não tiveram.

Isso pode ocorrer. Nossa mente inconsciente é atemporal: não tem passado, futuro. É como se tudo estivesse sendo vivenciado no momento presente. Não há discernimento do que aconteceu, já foi e o que está ocorrendo, misturando assim passado e presente. O medo de que não vai conseguir é muito comum e acaba interferindo diretamente na auto-estima e amor-próprio, além da autoconfiança. Uma pessoa que não age por medo de não conseguir, não acredita em sua capacidade e, assim, está perdendo também a oportunidade de conseguir e de reverter todo esse quadro.

Pode ainda haver o medo de aumentar mais o peso e assim ter problemas de saúde, sobrecarregar os órgãos, medo por motivos concretos e que podem estimular muitos a mudarem seus hábitos em busca de uma melhor qualidade de vida. Se você consegue ao menos pensar que pode enfrentar a situação, já é um progresso. Mas, e quando nada conseguimos fazer a não ser sentir medo? O diferencial mesmo é o que cada um busca e quer para si e sua vida.

Quando alguém diz que não consegue, que vai desistir porque sabe que não irá conseguir, geralmente são pessoas que estão com a auto-estima muito baixa e amando-se muito pouco. Ou não se sentem capazes de cuidar de si mesmas. Querem fórmulas mágicas, resultados imediatos. Querem o impossível, assim fica mais fácil justificarem para si mesmas que irão desistir por medo.

Procure descobrir o que o medo simboliza para você. O que ele representa. Acontece com o medo o mesmo que com outros sentimentos: quanto mais o negamos, mais poderoso ele se torna. Explore seu medo, descubra o que está por trás dele. Se tiver dificuldade em fazer isso, busque ajuda profissional. A pessoa mais prejudicada nesse processo todo é você mesma. Por isso, arregace as mangas e trabalhe contra tudo isso, sem pensar em desistir. Afinal, ou o medo te controla ou você controla ele. Qual você prefere?

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Em busca da expressão de si mesmo

Otímido, em geral, se cola ao rótulo da timidez e se torna responsável por perpetuar comportamentos que limitam sua participação no mundo. Não se é tímido, a timidez se traduz em comportamentos. É uma conseqüência do medo de errar, medo de ser inadequado, de não ser aceito pelos outros.

Timidez não é doença, mas pode evoluir para isso. O tímido tem pensamentos negativos e de inferioridade sobre si mesmo, e com isso sua auto-estima fica baixa. O indivíduo vai se entristecendo e podem surgir-lhe problemas emocionais, como a depressão.

O tímido, muitas vezes, torna-se refém de seu medo, não se permite arriscar e pode passar a imagem de antipático ou arrogante, quando, na verdade, é seu mecanismo de proteção e defesa. Vale notar que o verbo intimidar mostra a íntima relação que existe entre timidez e medo.
Para transformar a timidez, é preciso destravar o botão que o mantém ligado ao que os outros vão pensar de você. Depende da decisão de promover novos hábitos. Como um atleta que não nasce pronto, mas cumpre uma programação de exercícios físicos, alimentação correta, sono regular, libertar-se da timidez também exige mudanças no modo de pensar e de atuar no mundo.
Desligar-se da opinião dos outros; cuidar para não ficar se julgando e ruminando palavras ditas ou não ditas; experimentar novas formas de se comunicar, mesmo que isso não seja confortável, pode fazer toda diferença.

O medo é o inimigo interno do tímido, o perigo que o ameaça sem estar ligado a evidências concretas. O que assusta e alimenta a timidez é o medo dos próprios fantasmas.
Quando se está consciente, atento e no exercício da auto-observação, é possível perceber com clareza que a ansiedade, a angústia, o nervosismo, sem motivos aparentes, surgem como manifestações do medo. Ao perceber isso, a pessoa adquire a capacidade de superar o que quer que esteja sentindo.

Tímido ou introvertido?
Uma coisa é ficar sem jeito em determinada situação, como falar em público, outra é não conseguir interagir, fazer amigos, falar com estranhos. A timidez transitória é natural até nos primeiros encontros de um relacionamento afetivo, pois quem quer conquistar tem que se expor. É importante também diferenciar a personalidade introvertida da tímida. A pessoa retraída, discreta, interage com as demais, tem relacionamento social, embora sinta-se mais confortável ao observar do que ao falar.

Excesso de confiança
Já o tipo expansivo demais, falante, que transpira autoconfiança por todos os poros, pode também estar usando isso como máscara para encobrir suas inseguranças. Tudo que é extremado não é espontâneo. Passar por cima de tudo que nem um trator também é uma forma de se proteger e, principalmente, negar fragilidades. O mundo competitivo atual valoriza a luz, a força, o desempenho, negando que temos sombra, erros, medos.

O caminho para enfrentar essa situação é assumir os erros e acertos, admitir as dificuldades, olhar para si mesmo e entender que a timidez é obstáculo, mas não impedimento.
Exercite a comunicação, falando com o maior número de pessoas que conseguir. Mostre interesse pela vida do outro, descubra pontos em comum para manter uma conversação, expresse suas opiniões com tranqüilidade.

Você poderá superar o medo e a timidez quando começar a realizar os desejos acalentados por seu coração. Dedique sua atenção e devote-se, imediatamente, ao seu desejo, que é o oposto do seu medo. Este é o amor que expulsa o medo. Enfrente seus temores, traga-os à luz da razão. Aprenda a rir dos seus temores. Esse é o melhor remédio.


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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Como Respirar Bem

O que é a respiração? É um movimento sutil, delicado, muitas vezes despercebido, ou seja, é um dos nossos atos mais vitais. Acompanha-nos desde o nosso primeiro momento de vida, e há de acompanhar-nos até o último. Por isso se trata-se de uma grande amiga, uma amiga especial, que com sábios sussurros, é capaz de dizer-nos tudo acerca de nós mesmos. Sabendo ouvi-la bem, eis que também nós podemos nos tornar sábios.

Tudo o que sentimos se expressa em nossa respiração, suspiros profundos de felicidade, suspiros ternos de saudades, ares que tremem com o medo, ares que se afogam no choro. Emoções e sentimentos se medem pelo movimento que o ar faz ao dançar sobre a melodia que o corpo toca. Se a melodia é alegre, é calma, é forte, triste, desesperadora, fará com que o ar dance de maneiras diferentes. Mas pode acontecer também que a dança do ar, em coreografia estudada, em arte polida, solicite ao corpo a melodia que lhe é mais adequada para a sua dança.

O que quero dizer com isso é simples: é que assim como o que sentimos afeta diretamente a nossa maneira de respirar, a maneira como nos educamos a respirar pode modificar as coisas que sentimos, ou a maneira como as sentimos. Assim, ouvir a respiração é uma arte e saber respirar é poder escolher a música que mais nos agrada ouvir.

Em uma respiração natural e espontânea, o corpo emprega esforço para inspirar (movimento ativo), sendo que para exalar não é necessário esforço (movimento passivo). A inspiração, portanto, está associada à força e à excitação, enquanto a exalação está associada ao relaxamento e à quietude. Perceber a alternância entre estes momentos equivale a perceber o movimento de pulsação da vida que resume, em psicologia corporal, a nossa capacidade de sermos saudáveis. Expansão e recolhimento, abrir e fechar, aceitar o que vem, deixar ir o que vai. O movimento respiratório repete o eterno ciclo da vida, no qual alternam-se nascimento e morte, encontro e separação, ação e repouso.

Da mesma forma, podemos associar os momentos de pausa aos pulmões cheios e os pulmões vazios às sensações de ter e não ter, o estar suprido e o estar em falta.

Deter-se sobre o movimento da respiração é sem dúvida uma das melhores formas de alcançarmos um sentimento de paz, quietude e serenidade.

Treinar a própria respiração se trata de uma verdadeira arte, cujas repercussões psicológicas estão ainda longe de serem totalmente abarcadas. Para terminar, cito as palavras de Lowen:
O indivíduo que não respira corretamente reduz a vida do seu corpo. Se não se movimenta livremente, limita a vida de seu corpo. Se não se sente inteiramente, estreita a vida do seu corpo e, se sua auto-expressão é reduzida, o indivíduo terá a vida do seu corpo restringida. (Lowen, 1982, p.38)

Assim, respirar profundamente significa viver profundamente, avançando das cavernas de nossas prisões em direção à luz de nossa própria liberdade.

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sábado, 23 de janeiro de 2010

E quando acaba?

É sempre difícil de se lidar com o término de um relacionamento. Várias são as questões envolvidas. Raramente a decisão é tomada de forma tranqüila e rápida, porque sempre existe um tempo para se avaliar e pensar nessa decisão.

Mesmo que o relacionamento já não esteja indo bem, há algum tempo, em geral, um deles é que traz a questão à tona, seja porque percebe melhor o que está acontecendo, seja porque não consegue mais levar adiante uma relação que lhe parece insustentável. E o outro, pego de surpresa, ou não, fica completamente atordoado, sem saber o que fazer.

O começo de um relacionamento é sempre bom. Há muita novidade, alegria e também muita paixão encobertando os problemas e defeitos de cada um. Quando terminamos um relacionamento, temos de lidar com o nosso fracasso, pois em última análise, somos, sim, em parte, responsáveis pelo desenrolar daquela relação, ainda que não quiséssemos esse final.

Se aquele que pede a separação, ou o término, sofre de um lado porque carrega com ele o peso da responsabilidade pela situação, e muitas vezes é apontado como o causador do “mal”, o outro sofre, também, a seu modo, seja porque ainda gosta do outro, seja porque ainda não consegue encarar que aquela relação acabou.

Além disso, quando a decisão da separação é uma escolha apenas de um dos parceiros e não uma decisão que foi acertada, ou seja, os dois juntos entenderam que a melhor forma para solucionar os problemas do relacionamento é a separação, a outra pessoa que é pega de surpresa se sente fragilizada, porque não tem escolha: por mais que ainda queira a relação, o parceiro já veio com a decisão de um fim, e provavelmente outro não está aberto para uma nova tentativa.

Esse lugar de rejeitado no relacionamento é bem difícil. É um lugar solitário e difícil de sustentar sozinho. Nesse momento, podemos até mesmo sentir culpa, porque pensamos que fizemos algo de errado numa situação, que poderia ter sido de outra forma, mas nem sempre é essa a questão. A parte mais difícil do um fim de relacionamento é aceitar o fim, principalmente quando os motivos que o parceiro dá não são motivos fortes para você. Aceitar e entender a decisão do outro nem sempre é fácil e a recuperação pode ser lenta. Chamamos isso de luto. A perda não é física como a morte, mas a perda é dolorida e difícil e nesse momento buscamos forças de dentro de nós mesmos para seguirmos em frente.

Como aceitar o fim se estávamos acostumados a ter aquela pessoa para dividir nossos assuntos, nossas alegrias e nossas tristezas, e de repente essa tristeza, especificamente, não podemos mais dividir com ela, porque a outra pessoa é parte e “causa” dessa tristeza? Coloco a palavra “causa” entre aspas porque não acredito que o outro possa ser causador direto de nenhum mal a alguém, em se tratando de sentimentos e emoções. Ninguém deixa de gostar de uma pessoa porque quer, nem decide isso do dia para a noite. O “desgostar” de alguém leva um tempo para acontecer. E podemos ter dificuldade de encarar nossa responsabilidade quando o outro deixa de nos amar.

O fato é que, se o relacionamento acabou, é melhor para nós encarar essa realidade o quanto antes, para que possamos colocar um ponto final nessa etapa de nossa história e partir para outra. Só que isso também não é tão simples. Primeiro, porque nós também vamos agora ter que ter um tempo para desgostar do outro. Esse tempo que nos damos para tirar o outro de dentro da gente se chama luto, como já mencionei acima, e cada um tem o seu tempo de luto. O mais importante nesse momento é entender que o parceiro ocupava um espaço na sua vida sim, mas nem sempre o ocupou. Lembrar de como era a sua vida antes do relacionamento é um bom exercício de fortalecimento da autoconfiança.

Como o tempo de luto varia muito, existem pessoas que passam anos sofrendo pelo término de uma relação há muito terminada. Mesmo que às vezes se apaixonem por outra pessoa, aquele relacionamento fica como uma marca em sua vida dela, e as impede, muitas vezes, de seguir em frente ou de viver plenamente um relacionamento com uma nova pessoa.

Esquecer um relacionamento que já acabou envolve várias questões, e vou citar algumas que me vêm à lembrança agora.

Primeiramente, existe a questão do quanto idealizamos o outro, colocando nele várias qualidades, que muitas vezes ele não tem, mas, por imaginarmos que tem, fica difícil abandonarmos o sonho da pessoa perfeita para nós.

Outra questão é a do quanto investimos naquela relação, naquele sonho de amor, e, mesmo sabendo que ela não existe mais, não queremos abrir mão depois de tanto investimento. Podemos comparar essa situação com alguém que aplica seu dinheiro na bolsa de valores, sofre uma perda, e, mesmo sabendo que já perdeu seu dinheiro, fica tentando manter a mesma posição, esperando que a bolsa volte a subir e que ele recupere o valor investido.

Precisamos ter primeiro amor verdadeiro por nós mesmos, para depois sabermos amar o outro. Alguém que não está mais sendo amada, e insiste ainda no sonho fracassado, mostra que não está se amando; se não se ama, provavelmente não sabe o que é o amor, e não pode amar um outrem.

Claro que são muitas as questões que envolvem o fim de um relacionamento - aqui tentei exemplificar e esclarecer alguns desses aspectos. O mais importante disso tudo é passar por esse luto, porque um dia isso acaba, e ver o que há à nossa volta, e se consultar, porque é bom fazer uma consulta e perceber o que desejamos para nós mesmos e começar algo novo e sem resquícios da pessoa do passado.

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